quinta-feira, 18 de junho de 2009

A posse==Bárbara Perez

Quero suas ancas encaixadas me mim
Segurando meu galope selvagem
Quero que me faça sentir sua.
Quero me afogar no seu cio humedecido.
Perder-me nessas águas dóceis
Que deslizam acalentes
Sentir a excitação de sua boca
Engolindo minha boca
Envolver-me toda na tua carne afoita
Subir tua boca feroz engolindo
Minha pele amolecida de prazer
Sentir sua cavalgada no seu galope.
Quero ouvir
Sua respiração ofegante
Seu suor morno dominando meus pelos
Seu cheiro macho em meu corpo
A me excitar
Sentir seu orgasmo
Acelerando o meu.
Quero seu corpo dormente
Penetrado em mim
despejando suor e seixal
No meu prazer editado por ti
Toda noite é eterna
Quando tomo posse de ti
E sinto teu corpo cansado e acalmado
Quando estamos desvairados...
Quando estamos excitados

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Biograficamente.

Biografia

Quando ouvires o uivo do silencio na madrugada fria e desnuda
Estou passando friamente pela tua pele a roçar-te e deixando no teu corpo a marca
De uma saudade que os beijos loucos e molhados foram poucos e insaciáveis, prá acalantar sua alma calejada dessa saudade sórdida...

No cheiro profano de nosso perfume entranhado nos lençóis devassos, rasgados...
O perfume reina compenetrado, avassalador e provocante, sendo fiel testemunha dos nossos insanos momentos na essência de beijos manchados de sangue... E dores molhadas de lágrimas... No vento passamos... No perfume ficamos estendidos no tempo, envelhecidos e mórbidos...

Quando não mais existir dor e paixão, saibas que a poetisa devassa
Deixou de existir, nessa terra impura e ainda que, devassa, passeia pelo cósmico
Alastrando poesia e sussurros ao amante fiem nas luxarias... Das luxurias que expõem
A vitalidade do gozo pleno que esboça a totalidade do mero existir regado de paixão...

Sedes totais e plenas... Aguçado pelo jorro do macho que esboça na cara e espalha a centelha da fome carnal,
Da fêmea encorajada de buscar pra si o deleite da vida...
Sedes totais e plenas...
Como estendida na terra impura, acolhida pela morte da carne,
Soubestes implantar na lápide o retrato belo, coberto de poemas sujos, esboçados pela impureza da mulher profana... Mas que soubestes retratar na poesia sua biografia cravada de luxurias... Devassa de paixão sórdida... Sensibilizada de volúpia...
e fiel ao amante e a poesia!

sábado, 13 de junho de 2009

Posse

Homem Cali ente
Envolvia
A carne...
A boca...
A sensualidade morna.
Mulher perversa
exitada
colhia
comia
a boca
A saliva norma
O sexo macho
Abocanha
Amortece
Na saliva
Na boca ávida
A carne
Do homem
Tirando do eixo
Desconsertando
Provocando
Acelerando
Os ritmos
Cardíacos
Sentir calafrios
Suores
Carregando tesâo
Abolindo carne
Dilacerando entranhas
Amassando desejos
E aumentando cios
Ate que corpos
Vadios e saciados
Sejam lançados
Ao devaneio do amor carnal
Como canibais
Que degustados
Dormem
O sono
Do justo
O passeio
Dos amantes selvagens
E saciados...

Bárbara Perez
NUA E CRUA

Despida de todo desejo carnal
Amontôo meu corpo devasso no chão ríspido
E recurso esquecer-te em deixas de outra carne espreita
Que acelera hormônios e expulsa a fragilidade...
Deitada toda a reputação de mulher recatada
Catando do chão desnudo a sensibilidade da brisa
Que adormece os poros encharcados de suor e a agonia
Da mórbida ausência que você deixa na essência
Do teu cheiro viçoso a reinar na puberdade de todas as idades
Vividas na mesma mulher amante...
A pureza entranhada pelas frestas do corpo
Requer um ato simbólico cuja agonia dilata dias e noites
Na dimensão que só tuas carnes sabem consolar a ânsia afoita da fêmea
Acostumada aos teus caprichos e deleites de homem e gostos apurados...
Despida e estilhaçada ao chão mórbido, ouço soluço
Do pobre pássaro noturno, que ao invés de cantar geme,
Convidando amores clandestinos á deitarem nas redes expostas
E avistar o lual que despido canta pra noite que também geme...
Coitado do pássaro, que de tão triste o peito explode nessa cantoria,
Pobre e sem platéia, e adormece o sono no céu...
Despida e adornada pelo corpo másculo
A mulher crua geme o soluço do pássaro e canta tristemente
A melodia da noite que implora esse homem do qual vive deitado na sua mente dormente e
Deitado eternamente na sua vida ,e que do canto da sala nua,
Rir debochado da paixão selvagem da pobre mulher ao relento
Desse mórbido amor cruel...
Despida de peles amontoadas pelo chão molhado de suor e gozo
As vestes cinzentas encharcadas cobrem o corpo nu
Deixando as peles fêmeas estilhaçadas, omissas ao sofrer insano
Da carne crua...
Da pele nua...
Da alma da noite, do pássaro, da mulher...
Defronte a poetisa, um papel branco
Vai-se manchando de letras tremulas
Uma lágrima mor ma escorre
E cai no tinteiro
Dizendo que a paixão não tem limites
Escrever... Eternizar... Escrever nua na folha em branco.

Bárbara Perez
De Poesia e Amor

Numa ilha deserta
Contigo viveria
Assim eternamente
Uma choupana
No alto dum monte
Toda de madeira
Com vista pro mar
Rede na varanda
Uma adega
Na sala de estar
Uma cama bem grande
E confortável no quarto
Um lap top só meu
Outro teu
Ao mundo conectados
Na ilha deserta
Peixe no almoço
Peixe no jantar
Frutas e legumes
Água da fonte
Numa dispensa imensa
Guardados alimentos
Lançados
Num pára-quedas
Uma vez por mês
Na ilha deserta
Poesia e Amor
Amor e Poesia
De Poesia e Amor
Numa ilha deserta
Contigo viveria
Eternamente
Tranqüila
Sem grilos na mente
Sem teus pensamentos
Devaneios e “achismos”
Nem eu cismando
Isso e aquilo
Só o mundo parado
Você
O céu estrelado
E eu
Peixe no almoço
Peixe no jantar
Amor ao acordar
O dia inteiro
E Amor ao deitar
Poesias escreveria
Do nascer ao pôr do Sol
De teu corpo
Faria o papel
Poesias sinceras, profundas
A ti dedicadas
Versos de Amor
Do tamanho do mundo
Meu corpo estendido
Desnuda
Livro em branco
Aberto
NOITES NUAS

Essa vida torta
no meio de coisas mortas
destino mero acaso.
Essa mulher picotada
em desenhos de giz
quadro sem moldura
parede nua
casa sem quintal.
Essa mulher coisa pouca
coisa e tal,
dita louca cabisbaixa
relento no vasto mundo
luz acesa pintada
Quarto nu
nua no quarto
em poesia flutuante
quão descende
indecente sem conteúdo.
Essa boca muda,
esse olhar ictérico
essa muniria simétrica
escuda,
curta mulher desnuda
sem quimeras
essa vida tacanha
no rastro do sol
Meu homem.
Essa mulher
em conflito
enquanto o baticum
do peixe frita
espreita a brasa a sua procura
Esse que titubeia
rodeando felino
com seus caninos afiados
indolor
anestesiados
Nesse pouco momento
Mulher objeto
procura a tênua folha
a escrever-te a pele
com tintas de amor.

HOMEM DO PECADO

BÁRBARA PEREZ

Eu não te peço nada
alem de um pouco
do grande amor que te dei
Eu não te peço mais
além da silhueta que deixou
sobre o lençol da minha cama.
Então que quereis?
Homem do pecado
já lhe dei tudo não lhe dei nada.
Eu não te peço
o que perdi do que não ganhei
o que chorei no seu colo
quando estava aflita
neste meu mundo perdido.
não lhe dei o mundo, eu sei
você merecia o passar dos anos
serenamente em outros sentimentos
sem forçar o momento
se lamentar as lágrimas
Eu não te peço
que me ampare, que repare meus erros
não quero tirar seus sonhos.
Eu peço apenas que me compreenda
se não nasci em seus moldes,
entendo.
Nada há em mim para reconstruir
meu coração frágil
enquanto ainda perdura a criança
a mulher e sua vaidade
Eu não te peço nada
só peço que exista um pouco
em mim
pois está oco minha vida
não peço nada
homem do pecado
Apenas que exista um pouco de ti
“Para mim”