segunda-feira, 15 de junho de 2009

Biograficamente.

Biografia

Quando ouvires o uivo do silencio na madrugada fria e desnuda
Estou passando friamente pela tua pele a roçar-te e deixando no teu corpo a marca
De uma saudade que os beijos loucos e molhados foram poucos e insaciáveis, prá acalantar sua alma calejada dessa saudade sórdida...

No cheiro profano de nosso perfume entranhado nos lençóis devassos, rasgados...
O perfume reina compenetrado, avassalador e provocante, sendo fiel testemunha dos nossos insanos momentos na essência de beijos manchados de sangue... E dores molhadas de lágrimas... No vento passamos... No perfume ficamos estendidos no tempo, envelhecidos e mórbidos...

Quando não mais existir dor e paixão, saibas que a poetisa devassa
Deixou de existir, nessa terra impura e ainda que, devassa, passeia pelo cósmico
Alastrando poesia e sussurros ao amante fiem nas luxarias... Das luxurias que expõem
A vitalidade do gozo pleno que esboça a totalidade do mero existir regado de paixão...

Sedes totais e plenas... Aguçado pelo jorro do macho que esboça na cara e espalha a centelha da fome carnal,
Da fêmea encorajada de buscar pra si o deleite da vida...
Sedes totais e plenas...
Como estendida na terra impura, acolhida pela morte da carne,
Soubestes implantar na lápide o retrato belo, coberto de poemas sujos, esboçados pela impureza da mulher profana... Mas que soubestes retratar na poesia sua biografia cravada de luxurias... Devassa de paixão sórdida... Sensibilizada de volúpia...
e fiel ao amante e a poesia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário